Cartas à Minerva



Bem sabemos que nosso começo não foi dos melhores – ou seja, uma verdadeira catástrofe – mas, aos poucos, estamos conhecendo uma à outra por meio de coisas que escrevemos para ninguém em particular além de nós mesmas e nossos amigos.



Bem, pequena Minerva que foi subjugada por um triste golpe de sua Diana, te digo que bem entendo o fato de não teres reagido quando a já supracitada utilizou-se de uma pessoa querida. Trazes raízes diferentes das minhas, mas algumas têm igual essência: Progenitores que esperam que sejamos tal qual o desejo mais profundo deles, sem margem de erros mesmo que em pequenos detalhes.



Não se com você ocorre a mesma revolta ao ver uma injustiça contra sua pessoa, mas em mim sempre dá aquela vontade de fazer uma coisa bem burra e impensada só porque eles disseram para não fazer... Ai lembra-se daquela pessoa que não quer magoar e toda essa vontade some.



Em meu conto, não é uma Diana quem reina, e sim um Senhor Feudal que tem a mente na mesma época em que se aplica o nome e não aceita minhas escolhas e gostos, usando minha querida e inocente mentora a que tão orgulhosamente chamo “mãe” para conseguir me domar.



Entretanto, somos ambas afortunadas: tu, com tua Neverland; eu com minha Avalon; e ambas com a família que escolhemos para estar sempre ao nosso lado. Por isso, Minerva, não desanime porque estás novamente nos domínios de Diana.



És, tal qual eu, pequena e de cabelos escuros... És assim – de acordo com os mitos pagãos britânicos – parte do povo das fadas... O povo das fadas que era para eles uma civilização não só de magia, mas também de festas intermináveis e alegria abundante.



Afie tuas garras antes do momento do retorno e abra suas asas quando o chamado da felicidade for demais para agüentar sem responder. Usa tua força de mulher para vencer, pequena, quase frágil e não-indefesa Minerva.



M.S.