Conversas com a Lua


Em uma das minhas noites insones ocorreu uma das minhas inúmeras conversas com a Lua. Por coincidência – ou não – era uma Lua Cheia.


EU: Hey Lua, por que não posso estar ai contigo?

LUA: O que houve dessa vez que já estás novamente a reclamar?

EU: Por que a vida é tão injusta?

LUA:O que tu queres que não podes possuir?

EU: Por que as pessoas estão sempre a se apaixonar?

LUA:Quem tu desejas e não consegues?

EU: Quando vais para de responder às minhas perguntas com mais indagações?

LUA:Quando vai para de vir a mim para reclamar?

EU: Creio que nunca.

LUA:Faço minhas as tuas palavras.

EU: Então as entoa de maneira falsa, pois, ao fazê-lo, responde-me diretamente.

LUA:Pois me diga o que queres antes que o Sol saia e ofusque meu brilho. Bem sabes que prefiro conversar face – a – face.

EU: Queria sumir – ou ao menos ter essa ilusão, tal qual tu tens – junto ao nascer do sol. Queria ser tu.

LUA:Querias ser branca, redonda e ter um único caminho a se repetir por toda a eternidade com remotas chances de modificá-lo? Estás ainda mais louca que o de costume?

EU: Pelo menos eu teria certeza do meu destino e não teria que lidar com esse ser complicado que é o humano.

LUA:O que achas que faço quando venho ter contigo?

EU: Mas não te apaixonas.

LUA:Engana-te se pensa de tal modo.

EU: Apaixonaste?

LUA:Por que não me apaixonaria? Também tenho sentimentos. Mas o assunto é tu e teus problemas, conta-me a causa do teu semblante triste.

EU: Ah, Lua, ele ainda.
Pensei que já estivesses com outro.

EU: Não. Decidi que o próximo tem que ser rico&bonito.

LUA:Claro. Cantores e atores e milionários estão aos montes por todas as esquinas daqui a Roma. Podes ir lá buscar o teu.

EU: Não troces.

LUA:Sabes que essas exigências são apenas obstáculos que colocas para ti por ainda não querer esquecê-lo.

EU: ...

LUA:Menina tola. O Sol já está a nascer, teremos que conversar outra hora


E antes que eu pudesse falar outra coisa, já não a podia ver.